Pendências resolvidas no Centro do Rio e ao anoitecer…um convite. CCBB. Acho que nunca recusei a visita. É sem dúvida um programão.
Independente doque se vai ver há sempre uma aura muito boa no lugar.
O próprio CCBB já vale o passeio. É lindo e tem um charme que cheira a chá das 5. Chá de qualquer hora, na verdade.
Era o penúltimo dia de “Zeróis”, uma coleção de 44 telas, aliás, muito bem organizadas no 2o. andar. Irreverentes e super coloridas,
essas obras são todas do Ziraldo.
Nada de Menino Maluquinho, “Zeróis” diverte mostrando um trabalho de vida. Obras inéditas do artista sobre uma paixão antiga: HQ.
Incrível ,(pelo menos para mim), que o tema ainda possa ser reinventado em inusitadas cenas como a do Super Homem beijando a
Mulher Maravilha ou a do Capitão América, exausto e adormecido enquanto sua mulher se queixa insatisfeita na cama.
Ziraldo ainda brincou com obras famosas de Picasso, Warhol, Goya e outros nomes bem importantes. Nessa parte você se pega tentando
identificar em cada tela qual o autor original do estilo.
Fora isso outras gratas surpresas. Admito nunca ter aprendido sobre Anita Malfatti. Em 120 obras, telas e desenhos fui introduzida a essa
artista que vive ás sombras de Tarsila.
Guardei a minha ignorância e me abri a descobrir aquela mulher. A amizade com a Tarsila, a paixão por Mário de Andrade e um estilo
particularmente nostálgico. Saí de lá menos burra e mais intrigada (o que eu acho que uma boa obra de arte produz quase sempre) e com uma
certeza: Nunca dizer não ao CCBB.
por ANNA BARRETO